19.3.11


a caneta começa agora a ficar sem tinta. a letra começa a ser imprecisa. assim como a minha vida, sem sentido. o ar escassa. o sangue congela. a pele torna-se da cor do mais profundo branco. a voz torna-se inaudível. o pedido de socorro insignificante. e a capacidade de (sobre)viver, torna-se agora impossível. lembras-te de como eram apertados os nosso abraços? sentia-me protegida com o afago dos teus braços. sentia-me frágil na leveza dos teus lábios. sentia-me viva com o juntar dos nossos corpos. mas hoje choveu. e, apesar de ser uma chuva miudinha e tão inocente, foi capaz de levar consigo todas as memórias e esperanças que um dia construí.