30.7.11




O teu mundo
É desesperadamente prático.
Tudo está feito
À medida,
Formatado
E dois mais dois
São sempre quatro.

O teu mundo
É desesperadamente prático,
A hipotenusa
Nunca dormiu ao luar
E os catetos
Nunca tocaram
A harpa da loucura
Nem entoaram cânticos de amor...
Nunca o grito gritou
E o chão é só para caminhar.
O som
Foi sempre grave ou agudo
E no dia
Há só
Manhã e tarde.
Esqueceste a noite
Com o propósito
De não te magoares.

O teu mundo é desesperadamente diferente do meu. Mas então, meu amor, onde nos podemos encontrar ?

18.7.11



Depois de voltas, revoltas interiores e reviravoltas, chego á conclusão que nada sei de ti. Durante este tempo todo criaste a mais perfeita fantasia onde o cenário não passava de um imenso azul irreal, onde o limite era certamente o céu limpo, sem restos de nuvens, sem vestígios de lágrimas perdidas pelo ar. Uma fantasia onde tu eras personagem principal com esquemas inteiramente detalhados para deixar o meu puzzle, antes completo, partido agora em milhares de pedacinhos. E Tu, bem sabes que aquilo que é
reparado inúmeras vezes não tem a mesma essência.

Meu amor, há muitos crimes que não têm perdão e um deles é magoar sem dó nem piedade. Podias ter-me roubado tudo menos o meu coração e toda a filosofia que tenho vindo a defender. Tu simplesmente não tinhas o direito de me deixar desorientada e ainda por cima, sem um mapa ou uma direcção para seguir rumo para uma outra vida. E então, que levarei eu desta vida ? Um sorriso irónico nos lábios, uma lágrima falsa no canto do olho? Ou levarei um reviver doutros tempos com uma sonora gargalhada, um olhar cúmplice e um amor sentido ? Ou levarei apenas, um sentir do toque do futuro?

De facto, sentir não é para toda a gente. É só para quem tem o dom de amar.

Vou fugir para outro lugar, para bem longe de ti. O mais certo é enlouquecer, mas não te preocupes que eu também não.

Resta um grito de esperança e a incerteza de voltar.
 

17.7.11


Posso estar magoada contigo . Posso não te querer ver . Posso até não pensar em ti, mas ouço constantemente o meu coração a chamar por ti . E isso ? - eu não consigo evitar.

13.7.11



Fiz de ti o meu rei. Dei-te o coração como ceptro. E como trono o meu corpo para te reclinares cada vez, todas as vezes, que precisares de mim. Desfolharei flores de todas as cores para forrar o chão que pisas cada vez, todas as vezes, que caminhas para mim. Teci com fios de luz o manto que te dei para te abraçar cada vez, todas as vezes, que te lembras de mim.

Ninguém sabe que és rei, por não seres um rei qualquer. Tens o ceptro do amor, o trono da paixão e o manto da temperança. Só tu, só eu. Somente tu e eu e este amor que nos sustenta e nos agarra e nos prende a este lado da vida.

12.7.11


As pernas ainda me tremem sempre que falamos, sempre que me sorris com esse jeito malicioso e me olhas com metade do cabelo á frente dos olhos. Sim, arrepio-me quando me abraças e sempre que a tua barba raspa nos meus lábios. - Não dizes então que sou a mulher da tua vida ? Pois, se sou, sou uma daquelas mulheres frágeis. Frágil por continuar ainda aqui a fazer-me amar por ti em cada resto de noite e a cada manhã que se levanta.

E o melhor no fim de tudo é saber que valeu a pena. Sim amor, valeu a pena ser frágil entre o teu corpo quente e doce perante a tua pele salgada.

10.7.11


Há dias em que cheiro a cigarro, outros a perfume e mais uns outros em que simplesmente cheiro a doce de amora. Hoje trata-se daqueles dias em que já não cheiro ao teu cigarro, nem ao teu perfume, nem á vida que me deste. Estou congelada e agarrada á tua lembrança. Tornei-me de tal maneira num cubo de gelo que nem o próprio sol tem calor suficiente que chegue para me aquecer. Se cair parto-me e derramo toda a água contida dentro de mim. Aí o chão ficará molhado, o que tornará a minha persistência em querer ficar lá no alto num fracasso. Não, eu não quero escorregar e cair novamente por cima desta água proveniente do meu mais intimo choro. E se me perguntares como cheira a água, dir-te-ei que já não me recordo, porque o cheiro das lágrimas deixou de fazer sentido a partir do momento, em que o meu dia-a-dia não é traçado por um restinho do teu perfume..

hoje, apetece-me ser feliz. o que eu quero mesmo é uma fogueira no meio do nada, com o céu estrelado em cima e tu ao meu lado. alguns troncos, fogo, e pouco mais é preciso. soltarei os meus cabelos e agitá-los-ei. cantarei e roubarei a felicidade ás borboletas que por ali voam. o vento soprar-me-á na pele, e eu rir-me-ei. não saberia tão bem este ritual de liberdade ? - é bastante fácil: fecha os olhos e respira.

8.7.11


quem joga quer ganhar. quem ama não quer perder. e eu ? meu amor, eu não quero o segundo lugar.

um bom amante nunca conta as suas aventuras. um beijo sem sentimento jamais é notícia e um verdadeiro amor jamais dará a conhecer os seus segredos.

- aonde vais ?
- não sei bem...
- porque vais ? ainda é cedo!
- nem sei, só sei que é tarde e eu tenho de ir...
- então vai mas não olhes para trás.

sentir que '' foi melhor assim'' sabe a arrependimento .

7.7.11


rabugenta. é como estou . implicar com pouco. é o que tenho feito . sim, é provável que seja um dos inúmeros efeitos secundários que a tua ausência me dá . mas sabes ? é bom ter saudades tuas . e o melhor de tudo é saber que és o único que é capaz de acabar com elas. sim, é bom amar-te. o pior é ter a noção que os sons da tua presença fazem contraste com os dias em que não estás.
 

6.7.11


mesmo que andes perdido tenho esperança que a localização do teu porto de abrigo esteje bem presente na tua mente. sabes que te espero de braços abertos, pronta a matar qualquer vestigio de saudade que ainda sinta.


foste. foste sem olhar para trás. foste e sem despedida . sem nada. e contrariamente ao que antes acontecia, desta vez não te agarrei a mão. deixei-te fugir, sem me preocupar. deixei-te ir, sem te fazer ficar. seguiste rumo ao futuro, só que esqueceste-te de que eu faço parte dele, esqueceste-te de que o futuro é o outro
lado do espelho do passado, e mais uma vez esqueceste-te que eu fui o teu passado. esquecimento ou ignorância, a verdade é que foste sem mim. seguiste rumo no batel da tua ilusão levando apenas as desilusões amarrotadas nas bagagens e as recordações muito bem guardadas no teu coração. saiste da minha vida sem pedir licença. quebraste o meu coração sem qualquer prudência. foste e nem sinal da tua localização deixaste. limitaste-te a deixar um até já na porta. assim te espero, meu amor.

és o vazio, feito de nada.
e eu sou o ar insignificante que vagueia nesses teus pulmões.
pulmões vazios de cor. - sim, é esse o teu corpo; frágil e doentio.
e ver-te a desfalecer por completo não fazia parte dos meus planos.
por isso mantém-te vivo para me dares vida.
por isso não desistas para juntos sermos um só.
por isso e muito mais não vás, (sobre)vive junto a mim.

4.7.11


esse ''não sei que te diga'' só revela a tua pura ignorância perante as tuas próprias atitudes. és definitivamente um caso arquivado. encerrado.